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Vestígios de natais e mais

Incrível perceber como minha vida foi pontuada com registros deixados pelo natal. Noite reunida com a família, onde durava até o raiar do dia. Crianças acordadas no máximo até as 4h, pois o sono não as deixava com que até mais tarde elas ficassem acordadas, apenas eu, o mais irrequieto, que só apagava com os “soninhos” dados por mamãe. Sim, fui criança, todos passaram por isso, e eu conseguia ficar acordado bem mais tempo, às vezes era o ultimo a dormir. Noites em Minas Gerais, quase que cada ano em uma casa diferente. Meus avôs mudavam de casa como quem troca de roupas. Minha cunhada mineira era quem mais me agradava, dançava forró junto de mim até o dia nascer, e com ela ao meu lado vinha meu tio, doido pra ir pro quarto, puxando minha orelha. Acreditei em Papai Noel até os treze anos e quando fui descobrir a verdade, nela não quis acreditar, e mesmo sendo meu pai, danei a chorar. Morávamos no Rio de Janeiro, eu, meus pais e meu irmão, como sempre, mas Minas Gerais tinha marcas dos melhores natais em família. Minha casa aqui também registrou fatos importantes dessa passagem de minha vida. Há quatro anos que nos mudamos, eu e minha família (Pai, Mãe e Irmão), para onde moramos hoje. Há quatro anos, marcas da minha infância não se encontravam nesta casa. Nunca havia tido uma árvore representativa ao natal, devido à briga familiar no primeiro ano, ao falecimento do meu tio no segundo, ao falecimento do meu avô no terceiro, e no quarto nem se quer um vestígio de algum enfeite natalino. Hoje, deparei-me ao entrar em casa, uma árvore montada na sala. Sim, chorei.

Desligando

Deixei que a tristeza me abatesse em seus intermináveis minutos. O envolvimento era de tal forma que faria tudo para não perder-te. Porém percebi que tenho que deixar os rumos seguirem naturalmente. O telefone toca.
- “Sim, já sabia pelo tom de voz, pelo jeito da conversa e pela forma de sua expressão”, pensei. Aliás, parece loucura como mesmo não vendo, o coração nos mostra o que se passa.
O telefone desliga. Um sinal de fraqueza é demonstrado. A cor já não era a mesma, os calafrios não eram intensos, as folhas estavam quase secas. “Quando piso em folhas secas caídas de uma mangueira” ♫. Desesperar-me não irá adiantar. Dizer que não ligo, seria uma mentira, que tentaria me convencer e, mesmo assim, não iria adiantar. O que restava eram as folhas que não secaram e tomavam seu destino ao vento. Onde era o destino? Só você poderá decifrar.
“Cambio, desligando”.
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Po-po-poker face

Tenho muitos anos de pista
Isso é o que sempre diz
Além de ser sempre o único
Ou o melhor, no mínimo.

Você diz: fique comigo.
Não sou ingênuo.
O prazer de conquistar
É difícil recusar.

Porém a mim,
Você não consegue enganar
Sei bem no que acreditar
Não sou uma criança indefesa

Leio sua cara de blefe
Mesmo a distancia
Você lê minha cara de blefe?
Be careful, poker face.
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Música lenta

Seus corpos mais uma vez encontravam-se em perfeita sintonia e harmonia. As mãos dele percorriam sua barriga de maneira que deixava seu corpo completamente arrepiado. Ele a beijava no canto dos seus lábios, dominando-a. As mãos dela arranhavam suas costas descendo e apertando fortemente sua cintura. Que tal uma música lenta em um quarto 'pegando fogo'?
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Novo dia

Cansei de falar fique comigo, cansei de esperar que voltasse na manha seguinte, ou que pelo menos desse boa noite. Cansei de todas as desculpas. Cansei de ser o proximo, de ser o segundo, de ser apenas um na sua agenda. Cansei de esperar o dia em que o erro fosse reconhecido, quando o reconhecimento nunca vinha. Agora durmo, não a sua espera, e sim de um novo dia.
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Tentativa

Sempre dizendo que era a única. Que me renderia a suas paixões e me conquistaria, nem que de tudo tivesse que tentar. Sendo somente seu. A partir daí iniciamos um jogo de sedução, querida. Onde estão seus poderes de conquista?

Minha mãe sempre disse, nunca machuque um coração, principalmente de uma mulher. Mas eu não sou o único, você é. Colocou a faca no meu pescoço e me intimou para a roleta russa. Ela não é a mesma coisa sem uma arma, amor.

Qual sua próxima jogada? Estou à espera.
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Esperei por bastante tempo

Os dias passavam como se não tivessem mais importância, ou significado. O que mais se sentia falta era da noite de caricias de um dia semanal. Os risos e as descontrações, provenientes dela, entraram de férias indeterminadas, diferente das férias escolares, ou dos períodos na graduação, onde a volta está determinada. Será que sente falta das mãos percorrendo o seu corpo quente? Dos arrepios intensos nas madrugadas frias? Das páginas escritas em ambas as vidas? Tudo já não era mais, para mim, compreensivo. A falta de sua presença ao meu lado na cama trazia-me uma angustia incontrolável. Às vezes meus pensamentos me dizem que esta angustia não era por sua causa. Era por causa de sentir falta de algo parecido, não importando a pessoa. A questão de amar e ser amado. Sim, realmente era isso. A falta disso e não de quem. Os olhos finalmente saíram de uma direção e encontraram um novo caminho, onde se encontra o que falta.

- “Esperei por você há bastante tempo”
- “Sempre estive ao seu lado, mas você não reparava”
- “Acho que meus olhos estavam no caminho errado, e eu saindo com pessoas erradas”
- “É preciso sair com pessoas erradas para quando vir a certa dar valor!”

Esperei por você a bastante tempo, e agora estás em casa.
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É tão facil


Nós estamos sujeitos a erros, aliás, somos seres humanos. Fomos feitos com defeitos. Sempre foi tão fácil criticar, julgar, quando não se trata de nós mesmos. Olhar com um ar de reprovação para o próximo. Julgar que o diferente do seu certo, de sua ideologia, seja a coisa errada. Dizer, apenas dizer, que ela não fez a coisa certa, e o que fez foi prejudicial a um grupo. Depois quem paga com a língua é aquele que quando teve a oportunidade de se expressar e em vez de tentar entender, criticou, julgou. Hoje, quem faz o que era errado é você, e quem sai como certo? Se ambos fizeram as mesmas coisas, porém em tempos diferentes. Julgue, critique e jogue suas pedras, mas só quando tens a certeza que não fez algo igual no passado ou que não fará no futuro.

Refúgio

No meio de tanta alegria, a tristeza me abateu pelos seus intermináveis minutos. Toda a felicidade que em mim transbordava evoluiu para uma angústia que não conseguia definir do que ela se tratava. Fui para meu refúgio, meu quarto. Lugar que quando não queria que ninguém soubesse me refugiava para chorar. Onde já dei as melhores risadas da minha vida solo. Onde encontro o meu piano e sou levado a minha infância pela bela canção que toco, “A whole new world – Alladin”. Vendo passos da minha trajetória de vida, tendências vividas e amores acabados. Perdendo-me na bagunça que sempre se encontra. Nos milhares de livros jogados ao chão, das poesias entulhadas na gaveta, das fotos, algumas rasgadas ou amassadas, e nos papéis em branco, alguns deles com inícios de frases intermináveis. Dentro desse refúgio privado, me deparei olhando seu retrato. Quanto tempo se passou desde nossas brigas e discussões juvenis. Três anos sem nenhum tipo de contato. E quando quase me perdia no meu passado, escutei umas batidas na porta, suaves. Sua foto caiu na bagunça interminável do meu quarto e Christine me chamou para sair daquela solidão. A porta foi fechada, mas até a noite sou obrigado a retornar. A não ser que ela me seqüestre novamente para o refúgio dos braços dela, e deles não me deixe mais abandonar.
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A história de cinema virou filme em preto e branco

Cada pessoa que passa na vida da outra é importante. Por mais que tenha sido apenas alguns segundos, ou que nem tenha sido notada. A vida passa tão rápida, que às vezes não percebemos que a pessoa que hoje está ao nosso lado, como amigo, companheiro ou até namorado, um dia passou e nem se quer foi notado.
Por isso nunca desperdice os encontros do acaso!
Alguns desses encontros podem resultar em várias decepções. Mas o que seria da nossa vida se tudo que acontecesse fosse somente acerto. Qual seria a graça de dar a volta por cima e fazer diferente na próxima vez, ou ao menos fazer a escolha diferente.
Até o erro, com o tempo, passa a não ser um desperdício!
Rasgar cartas para poder esquecer? Por quê? Quanto mais importância se der a isso, mais se sentirão glorificados com a sua depressão. Aprenda a viver feliz e pegue as histórias de cinema, jogue-as fora. Ou apenas deixem na sua gaveta empoeirada, detalhes de uma vida  que não te traz saudades nenhuma.
Não se preocupar, nem em aparentar que não está preocupado, pois isso é sinal de preocupação!
Mentiras são contadas todos os dias. Se pergunte, não fique achando que essa sua duvida de "por que isso existe" é inútil. O mundo não é feito de respostas e sim de perguntas (duvidas). Mas quando não vale a pena se perguntar, nem pense na possibilidade.
Às vezes a resposta já esta na sua cara e a pergunta continua a insistir!
Pare e analise se aquilo que te faz infeliz é realmente bom. A meu ver, nada que me faz infeliz é bom para mim. Esqueça, tenho certeza que outras coisas melhores virão. Às vezes o único trabalho que se tem para o que tanto se espera chegar é olhar e prestar atenção no que está ao lado. E quando você esta completamente feliz com sua descoberta, olha-se para trás e percebe que quem tentava te fazer infeliz, hoje é quem não tem felicidade.
Por isso de valor a quem realmente é importante para si e que com você se importa.

Lendo blogs

Ultimamente, lendo “blogs” de amigos e alguns outros, encontrei um post de 14 de maio de 2010. Olhei o “blog” do meu trabalho e também havia uma matéria minha publicada no mesmo dia. Vendo isso, pensei em uma história e comecei a escrevê-la:

“Certo homem há muito tempo atrás, achou que o melhor meio de crescer na vida era a partir de meios que nem ele acreditava que pudesse fazer, não pelo fato de não ter como, e sim por não ter a coragem. Então, ele, meio desanimado com tudo, resolveu fazer mesmo assim. Entregou um amigo, de longas datas, a polícia, um de seus piores inimigos. Ele foi torturado como um ser sem vida, como algo que não tivesse coração. Ele foi igualado aos piores bandidos que já puderam estar presente na terra, aos estrupadores, aos pedófilos. Perante todo o seu sofrimento, a única coisa que lhe restava, era entregar-se. Ele desistiu da própria vida. Ele não era um marginal, um estrupador e nem ao menos um pedófilo. O único erro daquele pobre mortal foi confiar sua amizade na pessoa errada. Ele morreu e depois, após saber de sua morte, o homem a quem o falecido confiará à amizade ficou arrependido do que fez, mesmo após ter crescido na vida e conseguido obter o que tanto queria. Seu nome era Judas, e o único erro que ele cometeu em sua vida, foi ter se intrometido na vida de Cristo.”

O mal é as pessoas começarem a se intrometer na sua vida sem ao menos encontrar uma caixinha escrita: “Deixe aqui sua sugestão!”.
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Regresso - I Parte


Seu coração saltava pela boca. Os olhos dele fixaram apenas em uma direção e tudo a sua volta já não era mais visível. Aquela casa com seu exterior completamente pintado de azul e o portão de cor branca acelerava seus passos e penetrava em seus olhos. Já se encontrava parado em frente ao portão e com o dedo ao botão do interfone. Os motivos que o levaram até ali eram uma incógnita profunda, não se sabia ao certo quais as suas intenções naquela casa, que nunca entrará. Como já era previsto, o botão foi apertado. Uma linda voz feminina perguntando quem era, soava por aquela pequena caixa tecnológica e acinzentada.
- Sou eu, Miguel.
Um silêncio inquietante surgiu após sua identificação e naquela pequena caixa já não se ouvia mais nada, apenas uma impressão de que a pessoa que atendeu ao interfone, não gostou ou se surpreendeu ao ouvir a voz e o nome dito.
- Camila?! É você? Por favor, responda.
- Um minuto Miguel. Estou descendo.
Apenas 47 segundos foram demorados para Camila descer do segundo andar, onde se encontrava ao atender o interfone, e estar ao encontro de Miguel no portão. Para ele era como se a eternidade durasse menos que aqueles míseros segundos. Miguel não tinha nenhum porte atlético. Não malhava, não praticava exercícios. Porém seu corpo era completamente proporcional e definido. Para as pessoas que não o conhecesse, achariam que freqüentava alguma academia de seu bairro. Ele vestia uma bermuda azul turquesa, levemente estampada com uma cor branca, acompanhado de uma camiseta branca, não muito apertada, porém que destacava uma das partes de mais beleza em seu corpo, seus braços. Não musculosos, mas que guardava com bastante carinho quem ali deitasse ou estivesse à procura de um abrigo. Por sua vez, Camila era completamente cuidadosa com seu corpo. Não passava um dia sem dedicar seus preciosos 60 minutos ou mais na academia. Alta, branca e com longos cabelos emplumados que despertavam a cobiça e a inquietação de quem o olhasse. O tom loiro era um caso à parte, pareciam se ouriçar toda vez que o sol os tocava, dando a sensação de que ele era muito mais claro que o normal. Sua beleza, não somente a exterior, transbordava completamente por qualquer lugar que passasse. Arrastava intensos olhares masculinos de admiração, além de muitos femininos, com uma determinada inveja a seu respeito. Sempre cuidadosa consigo, tinha uma pele macia, como se ao passar a mão em seus braços, estivesse tocando em puro veludo. Miguel, já não se recordava do quanto macia era sua pele, já havia passado três anos desde sua partida. Lembrava claramente aquele dia 20 de junho de 2005. Nunca se esquecerá da face calma e tranqüila de Camila. Ao partir, ela repousava sobre o sofá da sala, como uma menina que dorme tranqüila após o ninar de seu pai. Após a distância, este súbito encontro o deixava gélido. Suas mãos suavam de maneira que deixava umedecido o papel que estava em suas mãos, aliás, única coisa que se encontrava com ele naquele momento. Mesmo sempre carregando uma fiel mochila nas costas a qualquer lugar que fosse. Neste dia, abandonará. O choque deste encontro era visível nos 48 segundos, quando já estavam um de frente ao outro. Miguel não conseguiu dizer uma palavra, observava minuciosamente à roupa que Camila vestia. Uma das coisas que ele sempre trouxe na sua bagagem de adjetivos era ser observador. Camila estava tão casual que ele não reconhecerá a não ser pelo seu inconfundível sorriso. Ela vestia uma bermuda da colcci, um jeans claro e com aspecto velho, seguida por uma regata da pitanga na sua melhor cor branca, que realçava os seus seios de forma que Miguel nunca havia visto. ‘Como ela esta diferente!’, concluía em seu pensamento. Toda sua analise que estava sendo feita, foi completamente cortada por Camila quando ela perguntou o que ele queria.
- Só passei para poder ver se você realmente morava aqui, também para saber se estás bem!
- Depois desses anos, você me pergunta isso?! O que se passou foi que tentei esquecer para não sofrer.
- Você me desculpa? Não peço que volte para mim, somente que me perdoe. Isto, eu escrevi hoje. Pegue é para você.
Ela segurou o papel que se encontrava um pouco amassado, aparentando que ele havia desistido de entregar e tivesse amassado, porém depois voltado atrás e sem tempo não havia passado para um novo. Lendo a carta em pensamento, tentou conter a lagrima que escorria sobre sua linda face, mas não conseguiu.
- De onde surgem estas tais inspirações que parecem saltar de sua mente para uma folha de papel, loucas para serem registradas, de onde?
- (...) Não sei bem ao certo que coisa seria essa, mas não foi algo material. É como se um vento tivesse soprado no meu ouvido e as palavras foram sendo escritas a cada letra que ouvia.

Um silêncio tomou conta dos dois e o frio de uma tarde de inverno em São Paulo começava a se aproximar.
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Definição do quem sou


Se um dia tentarem me definir, irão chegar a uma conclusão que com meus olhos não conseguirei enxergar. Nunca fui um exemplo de ser humano e nem chegarei aos pés disso. Para ser mais sincero, nunca me fiz esta pergunta. Acho que quando penso em “Jefferson Loyola”, a única coisa que me vem na minha cabeça é o meu próprio ego que nunca é ferido nem pela maior e pior estaca. Quando começo a analisar mais afundo quem realmente sou, não chego a uma conclusão exata do que poderia ser a resposta desta pergunta. Sou uma pluralidade de sentimentos completamente aguçados a 30 vezes mais que o normal, pode ser que essa chegue perto de uma definição de quem sou, mas mesmo assim, ainda não completa todo o meu sentido de existência.
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Desencontro

 
Olho a cada instante sua foto retratada na tela do meu computador. Tento entender a cada momento, este detalhe que a vida me reservou. Um encontro marcado e um desencontro estando ao seu lado. Vamos voar querido? Estou aqui para aplacar toda a sua carência e dar-lhe todo o meu carinho. Beba do meu prazer, sacie-se do meu desejo. Passarei ao seu lado e nestes segundos você não será despercebido. O destino para muitos pode ser feito por acasos, para mim, é feito de desencontros. A vontade de encontrar é muito maior quando se é marcado e ao mesmo tempo perdido. Não por encontros do acaso, e sim aqueles que recebem uma dose a mais de êxtase e surpresa, por ter falho de primeira e melhor ainda quando é falho na segunda. Vamos ver o que acontece na terceira? É nesta parte que o encontro se torna caloroso ao ponto de poder levar-te para cama ou boas doses de preliminares para um ‘quarto’, quem sabe? Venha não fique mais sem rumo. A sua espera, a minha espera. Depende somente de você. Hoje amor, sou seu. Amanha me esqueças. Pois o tempo passa, o mundo entra em uma rotação leve, mas mesmo que para muitos seja imperceptível, sinto na pele a mudança, o clima, aquele vento, mostrando-me um novo rumo. Amor se quer algo seguro não me espere. A única segurança que terás de mim é que amanha partirei. Pergunta se eu voltarei? Quem sabe depois desses 364 dias e mais umas 6 horas. O destino é incerto. Marque e desencontre. Não chores querido, partirei. A cada cidade que passo, se deixo um coração partido, dela um pedaço levarei. Não pense, sinta. Deixe este amor te corromper e quando não tiveres tripa para ser diluída, esqueça. Eu sempre levarei uma parte de cada, formando a minha história. E estes detalhes vão, lentamente, me fugindo a memória.

Rasgos, rabiscos e retalhos.

Saia. A porta sempre esteve aberta, pois quando entrou não fez questão de fechar. Agora saia, e quando for não esqueça dela fechar. Trancar.
Perca de tempo, quando estava por ao menos gostar, mais ainda, quando comecei a me apaixonar. Por favor, saia. Para nunca retornar.
Deixe-me sozinho com meus sentimentos, que só, consigo em mim confiar. Contorne, revire e tente ter o que acabou de desperdiçar. Saia.
Não ouvirei nenhum de seus prantos, nem aos piores me importarei. Lágrimas, minhas não suas, já foram derramadas demais. Suma.

Palavras ditas jogadas ao vento. Mentiras, enganos, erros e medo. Recordar, nem isso vale a pena. Nada é real o suficiente. Saia.
Caminho já trilhado no asfalto. Sem companhia, rumo e amor. Deixo pra você isso tudo. Detalhes que a vida lhe reservou. Chore.
Parecer certo, porém sendo errado. Já me cansei de tantos significados. Todos já não me passam de palavras ao vento. Caiu no esquecimento.
Relacionamentos, namoros, mentiras, ciúmes, paixão e depressão. Rabiscos de uma vida passada, página rasgada, amassada, virada. Caia.

Caia o império, vida longa ao novo Rei. Até que ele também caia e saia.
Caia o muro visível e que venha o futuro, para separar sem reparar.
Caia as gêmeas das nuvens, onde maior a altura, maior a queda.
Caia Hitler, Caia. Já percebe a sua falha, onde para sua volta, não mais o aguarda.

Hoje, já não me importa. Mas você não pode dizer a mesma coisa.
Hoje, tu és quem chora. Se chorar, também não me importa.
Hoje, eu sou quem dança, brinca e encanta. Irradiando a esperança.
Hoje, tu és quem se arrepende, no conceito de quem entende que quem cala consenti.
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Ilusão

Ele parou e olhou diretamente para a face daquele homem. Estava vestido com uma bermuda azul e uma blusa estampada. Via os mais belos olhos negros cor de azeviche que já havia visto e um rosto que embora não lhe chama-se atenção, seu interior e suas atitudes o incomodava. Incomodar no melhor sentido positivo possível. Até hoje não consegue-se entender por que aquele homem lhe chamou tanta atenção. Sabia-se que a única beleza que encontrava naquele pobre mortal, era a interior, de fato o verbo no passado completa e preenche o sentido original da frase. Ar, terra, água e fogo, definitivamente fogo era o que sentiu de inicio, mas não foi capaz de ver essa definição quando ainda era só semente. Raiz cresceu, planta brotou, seca chegou e tudo acabou. Hoje quem está livre de passar por uma ilusão? Certamente ninguém. Passar sim, sofrer nunca. Ele aprendeu ao longo de sua vida que as pessoas são completamente substituíveis.
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Colarinho

Andava muito preocupada nos últimos dias. Sentia receio de confirmar as suas suspeitas de que seu namorado a traia. Naquela noite, o medo veio e a deixou muito assustada. Beirava às oito horas e seu namorado havia saído. Ele chegou em casa, precisamente as sete da noite, tomou um banho e disse a ela que iria a um jantar de negócios com seu patrão. Ela, desconfiada, foi diretamente na roupa suja que ele havia deixado jogada ao pé da cama, que trocará quando saiu de casa pela segunda vez. As lagrimas escorriam sobre sua face decepcionada, não acreditava que três anos de namoro seriam jogados fora, simplesmente, devido a uma mancha de batom no colarinho de sua blusa e um bilhete onde estará anotado um endereço de hotel, com o número do quarto e o horário preciso em que ele disse que estaria no jantar de operação comercial com seu chefe. Mesmo chateada e muito melancólica por causa de tal descoberta, ela se arrumará para ir ao hotel, em que encontrará o endereço no recado deparado no papel ao bolso da roupa suja de seu namorado. Mulher de instinto forte, não se via motivos para sua desistência de não flagrar o companheiro a traindo, por mais que isso a deixasse bastante desorientada, não ligava para o depois, naquele momento, agia impulsivamente. Colocou um vestido longo, vermelho e bastante decotado, que por tantas vezes, ela já havia escutado de seu companheiro que era a roupa que ele mais gostava que ela vestisse e que aquela vestimenta havia sido feita sobre medida para seu corpo. Pegou um batom rosa bem claro e finalizou passando em seus lábios, após já estar prontamente maquiada. Foi em direção ao hotel e chegando lá, convenceu o recepcionista a lhe dar uma copia da chave do quarto 1478, que por sua vez, não fez nenhum tipo de contestação em dar-lhe a chave. Sentiu aquilo bastante estranho, conseguir o que queria de maneira tão fácil, mas seu sistema nervoso já estava tão aguçado que não conseguia pensar em mais nada, a não ser em seu namorado na cama com outra. De pé para a entrada do aposento do hotel, estranhou novamente a porta estar entre aberta e ela não necessitar da chave, mas mesmo assim continuou e adentrou aquele quarto de hotel, já com a respiração ofegante e segurando as lagrimas, para não demonstrar-se fraca perante a situação. Passou por uma pequena sala que logo em seguida se via uma passagem sem porta para o quarto. Antes de entrar ela ficou parada por um momento, mesmo ainda não se deparando com nada e sem haver ninguém naquela sala, ela estava congelada, observando o lugar minuciosamente. “Como ele nunca me trouxe em um hotel tão bonito como esse? Três anos de namoro e nunca podíamos freqüentar lugares tão caros da mameira que este parece ser”, pensava ainda pasma com a situação. Logo, seu momento de reflexão se foi e ela entrou no quarto, e para sua surpresa, não havia nada. Lá não estava seu companheiro, não havia uma amante e nem nada do que passava por sua mente. Apenas um coração feito de pétalas de rosas vermelhas sobre a cama de casal e uma garrafa de champanhe na cabeceira da cama, aliás, aquele era seu espumante preferido, Champagne Moet & Chandon Nectar Imperial. Naquele momento, ainda não acreditava na inocência de seu namorado, e foi logo ver o que havia no banheiro. Entrando, ela se deparou com uma caixa de veludo preta pequena onde se guardam jóias, em cima da pia de mármore, onde de frente havia um espelho que ao se olhar para ele, via-se a entrada do cômodo. Ela caminhou até a caixa, abriu-a e se deparou com um anel de brilhantes, ouro 18 quilates. Todos os motivos que a levaram até aquele quarto de hotel, já havia se perdido em suas memórias, e não conseguia pensar e olhar para outra coisa, quando ouve uma voz vinda da entrada do toalete. “Quer se casar comigo?”, dizia ele. Ela levantará o rosto por um momento e olhará para a imagem de seu futuro noivo refletido pelo espelho. As lágrimas que tanto segurou, naquele instante, fluíam de seu semblante calmo, passando pelos seus lábios que se moviam dizendo “sim”.

Um e-mail de despedida

Espero que qualquer dia encontre você no teatro da vida e que neste dia, possamos ser amigos, gosto de você, sua amizade e conversa me fazia bem. Agora, "Lá vou eu, como um barco, sem um rumo e sem farol, quantas mares eu verei em quantas luas rubras depois do sol ♫"
Desculpe o infortúnio de estar te enviando este e-mail, percebi a rejeição, não sou criança ao ponto de não saber que uma pessoa esta me evitando. Mas espero que leia, se ao menos as conversas, mesmo sendo poucas, tenham sido verdadeiras. Não achava você uma pessoa capaz de fazer tal coisa, se tem o histórico das conversas lembre da segunda conversa nossa e lembre de suas falas, não estou te cobrando nada, quem seria eu para cobrar algo? Mas só estou dizendo que não precisava disso, simplesmente você tinha a liberdade de chegar com todas as palavras e dizer, não quero mais nada, e não sumir sem ao menos dar uma explicação. Eu entenderia, mesmo não querendo entender. Minha timidez e minha ingenuidade são os problemas, eu sei, mas fazer o que, ninguém nasce perfeito. Peço-te apenas um favor, exclua a pasta que tinha com minhas fotos, se ainda não excluiu. As portas sempre estiveram abertas para você e se não estivessem, pensei que ao menos iria tentar pular a janela. Peço-lhe desculpas por algo que eu tenha causado e minha total exposição ao ridículo com você, mas ainda não encontrei a maneira de mudar este meu jeito fútil de ser. É engraçado lembrar de nossas conversas e nelas você dizer que eu iria sumir, sem motivos, de sua vida e hoje quem some é você.
Não querendo ser muito repetitivo, mas já repetindo, espero que saiba que realmente gostava de conversar com você e fui eu mesmo em todos os meus recados e dizeres, não consigo ser falso. Desculpa. Não sou dos tipos que se encontram nas esquinas, que não tem sentimentos e que nem se quer se colocam como seres humanos.
Mais uma vez desculpe algo. Seja feliz e continue assim, como era quando estávamos juntos, pois será uma ótima pessoa, seus gostos por vinis são perfeitos.
Sorte no seu futuro e não desista da faculdade de letras, não tranque a matricula, continue você será excelente exercendo a profissão. Siga sua vida em frente, ela já esta no caminho certo, agora continue trilhando uma carreira. Não viverá de sonetos e poesias, viverá de seu trabalho ótimo com sonetos e poesias, não pense pelo lado lucrativo, pense pela satisfação pessoal e de trabalhar com aquilo que se gosta!

Ai vai minhas duas ultimas fichas da minha junkebox quebrada: I’ll be there for you ♫ / Não vou roubar teu tempo eu já roubei demais ♫

Abraços Boêmios, por favor, apenas exclua as fotos, se sentir o mínimo de consideração, pode deixar a que olho pra sua imagem na tela, aquele olhar foi mais que verdadeiro! Sendo repetitivo, várias e várias vezes, novamente, desculpa por algum infortúnio.
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Resposta a sua idiotice

Cansado de tolerar as invejas dela, ele se viu obrigado a dizer tudo o que pensava ao seu respeito. Nunca conseguiu agir de falsidade com nenhuma pessoa, da mesma maneira em que ela sempre agia com ele e com a maioria que ela conhecia. Uma pergunta vinha à cabeça dele todos os momentos “Admitir o erro?”. Admitir o erro, para ele era uma ambigüidade profunda, dois sentidos, se é que ela tinha capacidade de levar esta frase para o lado da ambigüidade. Ele não via erro nenhum em seu feito, pois a opinião dele prevalecia quieta, ela o instigou, querendo se amostrar e ser a correta. O único erro que havia quem o cometeu foi ela, mexendo com a pessoa errada, e correndo sérios riscos do que ocorrerá futuramente. O que ocorrerá, só as páginas do próximo capítulo poderão dizer, por enquanto, ele pega seu lápis com uma cor negra de azeviche, e escreve nas folhas soltas de um e-mail, para serem espalhadas ao vento. Retificando, não seria vento, e sim em uma tempestade, para igualar ao nível das frustrações que estão por vir.
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Durma, medo meu ♫

Nunca se permitirá sentir aquilo de maneira tão rápida e intensa, mas naquela noite, acabará de entregar-se a tudo que lhe atormentava. Suas palavras ditas através de composições musicais, o fazia prisioneiro daquela louca paixão. Tentava correr do perigo, pois sabia a partir do que sentiu logo de inicio, que corria riscos de sofrer. A conversa prosseguia e ele não conseguia escapar, vendo-se completamente encarcerado. O medo amedrontava o medo e o fazia sentir uma imensa vontade de prosseguir, e voltava-se contra ele novamente, deixando-o inibido e tímido, de tal forma que nunca se sentiu antes. Aquela impressão viva deixava seu coração batendo em pura disritmia. Varias perguntas passavam por sua cabeça, “Devo tentar?”; “O que será isso que estou sentindo?”; “Por que isso veio ocorrer logo agora?”. Aproveitando o momento em que lhe deu sono, ele se foi, com toda a conversa em seu pensamento, voltada mais para o lado afetivo. A decisão só dependia dele, mas não sabia a resposta. Nunca havia estado nessa posição, suas reflexões estavam confusas e seus sentimentos misturados. A ele, agora só o resta dormir para acordar amanha e tentar viver, enquanto decide a resposta que lhe trará momentos intensos e felizes, mas que por hora poderá trazer-lhe muitas infelicidades.

Beijo


O Beijo mais emocionante na história das séries da Warner Channel, para mim, foi o da série ''Pushing Daises''. Um amor incondicional que supera barreiras e luta contra todas as possibilidades negativas. Correndo o risco de tocar em sua amada e perde-lá para sempre e ao mesmo tempo estarem correndo riscos de vida, se beijam em um saco plástico. Mesmo seus lábios não se tocando, percebe-se a intensidade do beijo!

Somos eu, você e um segredo. (Escuridão)

“Chega à hora de dormir”, a frase que ouve de sua mãe e que a assusta. Ela odeia tanto que preferia que o dia não escurecesse ou que não houvesse noites. Nicole, com apenas treze anos de idade, já sabe bem como é a escuridão. A voz de sua mãe se repete dizendo, “Hora de dormir, criança. Vá para cama, seu pai daqui a pouco irá dar-lhe boa noite”. Aquelas palavras penetram seu corpo de uma forma intensa e faz com que sua carne fique tremula e os pelos de seu corpo arrepiem. Com um olhar triste, de quem quer dizer algo à sua mãe e não pode, ela tenta falar, mas não consegue. Sua voz não alcança um tom alto necessário para que sua mãe consiga ouvir suas suplicas. Como alguém que espera um mau presságio, ela obedece a sua mãe, vai pra o quarto e deita-se. Seu coração bate mais forte a cada passo que ela ouve a subir a escada. Prontamente ela coloca a camisola vermelha que ele tanto gosta. A porta se abre e ela vê os olhos de seu pai, que brilham intensamente vendo sua face assustada na cama. Ao puxar sua coberta, ele sorri feliz ao ver o que ela está vestindo. Olhando-a, ele diz a ela que a única coisa que deseja é um beijo de boa noite, passa a mão no seu rosto e a abraça. Apertando-a muito forte, arrancando seu ar. “Criança, você é bela, somos eu, você e um segredo”, diz ele cobiçando-a. Ela não grita mesmo sabendo que é errado, mente e respira, desejando que consiga ser forte junto de sua beleza. “Será que a minha mãe nunca soube?”, indaga-se todas as noites. É apenas uma parte que ela não pode contar, mas sobre a escuridão, ela já a conhece bem!
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A morte do palhaço interior

Já não se vê mais um traço de alegria,
Aquele que brincava de atuar e atuava sem brincar
Mergulhou na profunda solidão e dor.
Assédios e adultérios penetram sua alma.
Perde-se o olhar e a face infantil
Mostra-se a dor de um homem
Que não agüenta mais o fardo da vida
Que já se acostumou com a escuridão

Trocam-se dias por noites
Já faz tempo que não vê o por do sol
Não sabe se irá agüentar
As luzes fortes em seus olhos sombrios
Aqueles olhos tristes em seu rosto
E embora ainda colorida a sua face
Não se vê mais a felicidade ou um sorriso
Somente marcas amarguradas de sua vida

Lagrimas escorriam
Arrancavam à tinta de seu rosto
Cores se misturavam
Não se via mais a beleza de antes.
Não sabia o que havia acontecido
Para todo aquele transtorno
O sorriso que iluminava o picadeiro
Foi-se com a partida do circo.
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