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Colarinho

Andava muito preocupada nos últimos dias. Sentia receio de confirmar as suas suspeitas de que seu namorado a traia. Naquela noite, o medo veio e a deixou muito assustada. Beirava às oito horas e seu namorado havia saído. Ele chegou em casa, precisamente as sete da noite, tomou um banho e disse a ela que iria a um jantar de negócios com seu patrão. Ela, desconfiada, foi diretamente na roupa suja que ele havia deixado jogada ao pé da cama, que trocará quando saiu de casa pela segunda vez. As lagrimas escorriam sobre sua face decepcionada, não acreditava que três anos de namoro seriam jogados fora, simplesmente, devido a uma mancha de batom no colarinho de sua blusa e um bilhete onde estará anotado um endereço de hotel, com o número do quarto e o horário preciso em que ele disse que estaria no jantar de operação comercial com seu chefe. Mesmo chateada e muito melancólica por causa de tal descoberta, ela se arrumará para ir ao hotel, em que encontrará o endereço no recado deparado no papel ao bolso da roupa suja de seu namorado. Mulher de instinto forte, não se via motivos para sua desistência de não flagrar o companheiro a traindo, por mais que isso a deixasse bastante desorientada, não ligava para o depois, naquele momento, agia impulsivamente. Colocou um vestido longo, vermelho e bastante decotado, que por tantas vezes, ela já havia escutado de seu companheiro que era a roupa que ele mais gostava que ela vestisse e que aquela vestimenta havia sido feita sobre medida para seu corpo. Pegou um batom rosa bem claro e finalizou passando em seus lábios, após já estar prontamente maquiada. Foi em direção ao hotel e chegando lá, convenceu o recepcionista a lhe dar uma copia da chave do quarto 1478, que por sua vez, não fez nenhum tipo de contestação em dar-lhe a chave. Sentiu aquilo bastante estranho, conseguir o que queria de maneira tão fácil, mas seu sistema nervoso já estava tão aguçado que não conseguia pensar em mais nada, a não ser em seu namorado na cama com outra. De pé para a entrada do aposento do hotel, estranhou novamente a porta estar entre aberta e ela não necessitar da chave, mas mesmo assim continuou e adentrou aquele quarto de hotel, já com a respiração ofegante e segurando as lagrimas, para não demonstrar-se fraca perante a situação. Passou por uma pequena sala que logo em seguida se via uma passagem sem porta para o quarto. Antes de entrar ela ficou parada por um momento, mesmo ainda não se deparando com nada e sem haver ninguém naquela sala, ela estava congelada, observando o lugar minuciosamente. “Como ele nunca me trouxe em um hotel tão bonito como esse? Três anos de namoro e nunca podíamos freqüentar lugares tão caros da mameira que este parece ser”, pensava ainda pasma com a situação. Logo, seu momento de reflexão se foi e ela entrou no quarto, e para sua surpresa, não havia nada. Lá não estava seu companheiro, não havia uma amante e nem nada do que passava por sua mente. Apenas um coração feito de pétalas de rosas vermelhas sobre a cama de casal e uma garrafa de champanhe na cabeceira da cama, aliás, aquele era seu espumante preferido, Champagne Moet & Chandon Nectar Imperial. Naquele momento, ainda não acreditava na inocência de seu namorado, e foi logo ver o que havia no banheiro. Entrando, ela se deparou com uma caixa de veludo preta pequena onde se guardam jóias, em cima da pia de mármore, onde de frente havia um espelho que ao se olhar para ele, via-se a entrada do cômodo. Ela caminhou até a caixa, abriu-a e se deparou com um anel de brilhantes, ouro 18 quilates. Todos os motivos que a levaram até aquele quarto de hotel, já havia se perdido em suas memórias, e não conseguia pensar e olhar para outra coisa, quando ouve uma voz vinda da entrada do toalete. “Quer se casar comigo?”, dizia ele. Ela levantará o rosto por um momento e olhará para a imagem de seu futuro noivo refletido pelo espelho. As lágrimas que tanto segurou, naquele instante, fluíam de seu semblante calmo, passando pelos seus lábios que se moviam dizendo “sim”.

Um e-mail de despedida

Espero que qualquer dia encontre você no teatro da vida e que neste dia, possamos ser amigos, gosto de você, sua amizade e conversa me fazia bem. Agora, "Lá vou eu, como um barco, sem um rumo e sem farol, quantas mares eu verei em quantas luas rubras depois do sol ♫"
Desculpe o infortúnio de estar te enviando este e-mail, percebi a rejeição, não sou criança ao ponto de não saber que uma pessoa esta me evitando. Mas espero que leia, se ao menos as conversas, mesmo sendo poucas, tenham sido verdadeiras. Não achava você uma pessoa capaz de fazer tal coisa, se tem o histórico das conversas lembre da segunda conversa nossa e lembre de suas falas, não estou te cobrando nada, quem seria eu para cobrar algo? Mas só estou dizendo que não precisava disso, simplesmente você tinha a liberdade de chegar com todas as palavras e dizer, não quero mais nada, e não sumir sem ao menos dar uma explicação. Eu entenderia, mesmo não querendo entender. Minha timidez e minha ingenuidade são os problemas, eu sei, mas fazer o que, ninguém nasce perfeito. Peço-te apenas um favor, exclua a pasta que tinha com minhas fotos, se ainda não excluiu. As portas sempre estiveram abertas para você e se não estivessem, pensei que ao menos iria tentar pular a janela. Peço-lhe desculpas por algo que eu tenha causado e minha total exposição ao ridículo com você, mas ainda não encontrei a maneira de mudar este meu jeito fútil de ser. É engraçado lembrar de nossas conversas e nelas você dizer que eu iria sumir, sem motivos, de sua vida e hoje quem some é você.
Não querendo ser muito repetitivo, mas já repetindo, espero que saiba que realmente gostava de conversar com você e fui eu mesmo em todos os meus recados e dizeres, não consigo ser falso. Desculpa. Não sou dos tipos que se encontram nas esquinas, que não tem sentimentos e que nem se quer se colocam como seres humanos.
Mais uma vez desculpe algo. Seja feliz e continue assim, como era quando estávamos juntos, pois será uma ótima pessoa, seus gostos por vinis são perfeitos.
Sorte no seu futuro e não desista da faculdade de letras, não tranque a matricula, continue você será excelente exercendo a profissão. Siga sua vida em frente, ela já esta no caminho certo, agora continue trilhando uma carreira. Não viverá de sonetos e poesias, viverá de seu trabalho ótimo com sonetos e poesias, não pense pelo lado lucrativo, pense pela satisfação pessoal e de trabalhar com aquilo que se gosta!

Ai vai minhas duas ultimas fichas da minha junkebox quebrada: I’ll be there for you ♫ / Não vou roubar teu tempo eu já roubei demais ♫

Abraços Boêmios, por favor, apenas exclua as fotos, se sentir o mínimo de consideração, pode deixar a que olho pra sua imagem na tela, aquele olhar foi mais que verdadeiro! Sendo repetitivo, várias e várias vezes, novamente, desculpa por algum infortúnio.
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Resposta a sua idiotice

Cansado de tolerar as invejas dela, ele se viu obrigado a dizer tudo o que pensava ao seu respeito. Nunca conseguiu agir de falsidade com nenhuma pessoa, da mesma maneira em que ela sempre agia com ele e com a maioria que ela conhecia. Uma pergunta vinha à cabeça dele todos os momentos “Admitir o erro?”. Admitir o erro, para ele era uma ambigüidade profunda, dois sentidos, se é que ela tinha capacidade de levar esta frase para o lado da ambigüidade. Ele não via erro nenhum em seu feito, pois a opinião dele prevalecia quieta, ela o instigou, querendo se amostrar e ser a correta. O único erro que havia quem o cometeu foi ela, mexendo com a pessoa errada, e correndo sérios riscos do que ocorrerá futuramente. O que ocorrerá, só as páginas do próximo capítulo poderão dizer, por enquanto, ele pega seu lápis com uma cor negra de azeviche, e escreve nas folhas soltas de um e-mail, para serem espalhadas ao vento. Retificando, não seria vento, e sim em uma tempestade, para igualar ao nível das frustrações que estão por vir.
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Durma, medo meu ♫

Nunca se permitirá sentir aquilo de maneira tão rápida e intensa, mas naquela noite, acabará de entregar-se a tudo que lhe atormentava. Suas palavras ditas através de composições musicais, o fazia prisioneiro daquela louca paixão. Tentava correr do perigo, pois sabia a partir do que sentiu logo de inicio, que corria riscos de sofrer. A conversa prosseguia e ele não conseguia escapar, vendo-se completamente encarcerado. O medo amedrontava o medo e o fazia sentir uma imensa vontade de prosseguir, e voltava-se contra ele novamente, deixando-o inibido e tímido, de tal forma que nunca se sentiu antes. Aquela impressão viva deixava seu coração batendo em pura disritmia. Varias perguntas passavam por sua cabeça, “Devo tentar?”; “O que será isso que estou sentindo?”; “Por que isso veio ocorrer logo agora?”. Aproveitando o momento em que lhe deu sono, ele se foi, com toda a conversa em seu pensamento, voltada mais para o lado afetivo. A decisão só dependia dele, mas não sabia a resposta. Nunca havia estado nessa posição, suas reflexões estavam confusas e seus sentimentos misturados. A ele, agora só o resta dormir para acordar amanha e tentar viver, enquanto decide a resposta que lhe trará momentos intensos e felizes, mas que por hora poderá trazer-lhe muitas infelicidades.

Beijo


O Beijo mais emocionante na história das séries da Warner Channel, para mim, foi o da série ''Pushing Daises''. Um amor incondicional que supera barreiras e luta contra todas as possibilidades negativas. Correndo o risco de tocar em sua amada e perde-lá para sempre e ao mesmo tempo estarem correndo riscos de vida, se beijam em um saco plástico. Mesmo seus lábios não se tocando, percebe-se a intensidade do beijo!
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