Refúgio

No meio de tanta alegria, a tristeza me abateu pelos seus intermináveis minutos. Toda a felicidade que em mim transbordava evoluiu para uma angústia que não conseguia definir do que ela se tratava. Fui para meu refúgio, meu quarto. Lugar que quando não queria que ninguém soubesse me refugiava para chorar. Onde já dei as melhores risadas da minha vida solo. Onde encontro o meu piano e sou levado a minha infância pela bela canção que toco, “A whole new world – Alladin”. Vendo passos da minha trajetória de vida, tendências vividas e amores acabados. Perdendo-me na bagunça que sempre se encontra. Nos milhares de livros jogados ao chão, das poesias entulhadas na gaveta, das fotos, algumas rasgadas ou amassadas, e nos papéis em branco, alguns deles com inícios de frases intermináveis. Dentro desse refúgio privado, me deparei olhando seu retrato. Quanto tempo se passou desde nossas brigas e discussões juvenis. Três anos sem nenhum tipo de contato. E quando quase me perdia no meu passado, escutei umas batidas na porta, suaves. Sua foto caiu na bagunça interminável do meu quarto e Christine me chamou para sair daquela solidão. A porta foi fechada, mas até a noite sou obrigado a retornar. A não ser que ela me seqüestre novamente para o refúgio dos braços dela, e deles não me deixe mais abandonar.

1 comentários:

Kareen disse...

Ual, rs.

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