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Vestígios de natais e mais

Incrível perceber como minha vida foi pontuada com registros deixados pelo natal. Noite reunida com a família, onde durava até o raiar do dia. Crianças acordadas no máximo até as 4h, pois o sono não as deixava com que até mais tarde elas ficassem acordadas, apenas eu, o mais irrequieto, que só apagava com os “soninhos” dados por mamãe. Sim, fui criança, todos passaram por isso, e eu conseguia ficar acordado bem mais tempo, às vezes era o ultimo a dormir. Noites em Minas Gerais, quase que cada ano em uma casa diferente. Meus avôs mudavam de casa como quem troca de roupas. Minha cunhada mineira era quem mais me agradava, dançava forró junto de mim até o dia nascer, e com ela ao meu lado vinha meu tio, doido pra ir pro quarto, puxando minha orelha. Acreditei em Papai Noel até os treze anos e quando fui descobrir a verdade, nela não quis acreditar, e mesmo sendo meu pai, danei a chorar. Morávamos no Rio de Janeiro, eu, meus pais e meu irmão, como sempre, mas Minas Gerais tinha marcas dos melhores natais em família. Minha casa aqui também registrou fatos importantes dessa passagem de minha vida. Há quatro anos que nos mudamos, eu e minha família (Pai, Mãe e Irmão), para onde moramos hoje. Há quatro anos, marcas da minha infância não se encontravam nesta casa. Nunca havia tido uma árvore representativa ao natal, devido à briga familiar no primeiro ano, ao falecimento do meu tio no segundo, ao falecimento do meu avô no terceiro, e no quarto nem se quer um vestígio de algum enfeite natalino. Hoje, deparei-me ao entrar em casa, uma árvore montada na sala. Sim, chorei.

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