Lendo blogs

Ultimamente, lendo “blogs” de amigos e alguns outros, encontrei um post de 14 de maio de 2010. Olhei o “blog” do meu trabalho e também havia uma matéria minha publicada no mesmo dia. Vendo isso, pensei em uma história e comecei a escrevê-la:

“Certo homem há muito tempo atrás, achou que o melhor meio de crescer na vida era a partir de meios que nem ele acreditava que pudesse fazer, não pelo fato de não ter como, e sim por não ter a coragem. Então, ele, meio desanimado com tudo, resolveu fazer mesmo assim. Entregou um amigo, de longas datas, a polícia, um de seus piores inimigos. Ele foi torturado como um ser sem vida, como algo que não tivesse coração. Ele foi igualado aos piores bandidos que já puderam estar presente na terra, aos estrupadores, aos pedófilos. Perante todo o seu sofrimento, a única coisa que lhe restava, era entregar-se. Ele desistiu da própria vida. Ele não era um marginal, um estrupador e nem ao menos um pedófilo. O único erro daquele pobre mortal foi confiar sua amizade na pessoa errada. Ele morreu e depois, após saber de sua morte, o homem a quem o falecido confiará à amizade ficou arrependido do que fez, mesmo após ter crescido na vida e conseguido obter o que tanto queria. Seu nome era Judas, e o único erro que ele cometeu em sua vida, foi ter se intrometido na vida de Cristo.”

O mal é as pessoas começarem a se intrometer na sua vida sem ao menos encontrar uma caixinha escrita: “Deixe aqui sua sugestão!”.
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Regresso - I Parte


Seu coração saltava pela boca. Os olhos dele fixaram apenas em uma direção e tudo a sua volta já não era mais visível. Aquela casa com seu exterior completamente pintado de azul e o portão de cor branca acelerava seus passos e penetrava em seus olhos. Já se encontrava parado em frente ao portão e com o dedo ao botão do interfone. Os motivos que o levaram até ali eram uma incógnita profunda, não se sabia ao certo quais as suas intenções naquela casa, que nunca entrará. Como já era previsto, o botão foi apertado. Uma linda voz feminina perguntando quem era, soava por aquela pequena caixa tecnológica e acinzentada.
- Sou eu, Miguel.
Um silêncio inquietante surgiu após sua identificação e naquela pequena caixa já não se ouvia mais nada, apenas uma impressão de que a pessoa que atendeu ao interfone, não gostou ou se surpreendeu ao ouvir a voz e o nome dito.
- Camila?! É você? Por favor, responda.
- Um minuto Miguel. Estou descendo.
Apenas 47 segundos foram demorados para Camila descer do segundo andar, onde se encontrava ao atender o interfone, e estar ao encontro de Miguel no portão. Para ele era como se a eternidade durasse menos que aqueles míseros segundos. Miguel não tinha nenhum porte atlético. Não malhava, não praticava exercícios. Porém seu corpo era completamente proporcional e definido. Para as pessoas que não o conhecesse, achariam que freqüentava alguma academia de seu bairro. Ele vestia uma bermuda azul turquesa, levemente estampada com uma cor branca, acompanhado de uma camiseta branca, não muito apertada, porém que destacava uma das partes de mais beleza em seu corpo, seus braços. Não musculosos, mas que guardava com bastante carinho quem ali deitasse ou estivesse à procura de um abrigo. Por sua vez, Camila era completamente cuidadosa com seu corpo. Não passava um dia sem dedicar seus preciosos 60 minutos ou mais na academia. Alta, branca e com longos cabelos emplumados que despertavam a cobiça e a inquietação de quem o olhasse. O tom loiro era um caso à parte, pareciam se ouriçar toda vez que o sol os tocava, dando a sensação de que ele era muito mais claro que o normal. Sua beleza, não somente a exterior, transbordava completamente por qualquer lugar que passasse. Arrastava intensos olhares masculinos de admiração, além de muitos femininos, com uma determinada inveja a seu respeito. Sempre cuidadosa consigo, tinha uma pele macia, como se ao passar a mão em seus braços, estivesse tocando em puro veludo. Miguel, já não se recordava do quanto macia era sua pele, já havia passado três anos desde sua partida. Lembrava claramente aquele dia 20 de junho de 2005. Nunca se esquecerá da face calma e tranqüila de Camila. Ao partir, ela repousava sobre o sofá da sala, como uma menina que dorme tranqüila após o ninar de seu pai. Após a distância, este súbito encontro o deixava gélido. Suas mãos suavam de maneira que deixava umedecido o papel que estava em suas mãos, aliás, única coisa que se encontrava com ele naquele momento. Mesmo sempre carregando uma fiel mochila nas costas a qualquer lugar que fosse. Neste dia, abandonará. O choque deste encontro era visível nos 48 segundos, quando já estavam um de frente ao outro. Miguel não conseguiu dizer uma palavra, observava minuciosamente à roupa que Camila vestia. Uma das coisas que ele sempre trouxe na sua bagagem de adjetivos era ser observador. Camila estava tão casual que ele não reconhecerá a não ser pelo seu inconfundível sorriso. Ela vestia uma bermuda da colcci, um jeans claro e com aspecto velho, seguida por uma regata da pitanga na sua melhor cor branca, que realçava os seus seios de forma que Miguel nunca havia visto. ‘Como ela esta diferente!’, concluía em seu pensamento. Toda sua analise que estava sendo feita, foi completamente cortada por Camila quando ela perguntou o que ele queria.
- Só passei para poder ver se você realmente morava aqui, também para saber se estás bem!
- Depois desses anos, você me pergunta isso?! O que se passou foi que tentei esquecer para não sofrer.
- Você me desculpa? Não peço que volte para mim, somente que me perdoe. Isto, eu escrevi hoje. Pegue é para você.
Ela segurou o papel que se encontrava um pouco amassado, aparentando que ele havia desistido de entregar e tivesse amassado, porém depois voltado atrás e sem tempo não havia passado para um novo. Lendo a carta em pensamento, tentou conter a lagrima que escorria sobre sua linda face, mas não conseguiu.
- De onde surgem estas tais inspirações que parecem saltar de sua mente para uma folha de papel, loucas para serem registradas, de onde?
- (...) Não sei bem ao certo que coisa seria essa, mas não foi algo material. É como se um vento tivesse soprado no meu ouvido e as palavras foram sendo escritas a cada letra que ouvia.

Um silêncio tomou conta dos dois e o frio de uma tarde de inverno em São Paulo começava a se aproximar.
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Definição do quem sou


Se um dia tentarem me definir, irão chegar a uma conclusão que com meus olhos não conseguirei enxergar. Nunca fui um exemplo de ser humano e nem chegarei aos pés disso. Para ser mais sincero, nunca me fiz esta pergunta. Acho que quando penso em “Jefferson Loyola”, a única coisa que me vem na minha cabeça é o meu próprio ego que nunca é ferido nem pela maior e pior estaca. Quando começo a analisar mais afundo quem realmente sou, não chego a uma conclusão exata do que poderia ser a resposta desta pergunta. Sou uma pluralidade de sentimentos completamente aguçados a 30 vezes mais que o normal, pode ser que essa chegue perto de uma definição de quem sou, mas mesmo assim, ainda não completa todo o meu sentido de existência.
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Desencontro

 
Olho a cada instante sua foto retratada na tela do meu computador. Tento entender a cada momento, este detalhe que a vida me reservou. Um encontro marcado e um desencontro estando ao seu lado. Vamos voar querido? Estou aqui para aplacar toda a sua carência e dar-lhe todo o meu carinho. Beba do meu prazer, sacie-se do meu desejo. Passarei ao seu lado e nestes segundos você não será despercebido. O destino para muitos pode ser feito por acasos, para mim, é feito de desencontros. A vontade de encontrar é muito maior quando se é marcado e ao mesmo tempo perdido. Não por encontros do acaso, e sim aqueles que recebem uma dose a mais de êxtase e surpresa, por ter falho de primeira e melhor ainda quando é falho na segunda. Vamos ver o que acontece na terceira? É nesta parte que o encontro se torna caloroso ao ponto de poder levar-te para cama ou boas doses de preliminares para um ‘quarto’, quem sabe? Venha não fique mais sem rumo. A sua espera, a minha espera. Depende somente de você. Hoje amor, sou seu. Amanha me esqueças. Pois o tempo passa, o mundo entra em uma rotação leve, mas mesmo que para muitos seja imperceptível, sinto na pele a mudança, o clima, aquele vento, mostrando-me um novo rumo. Amor se quer algo seguro não me espere. A única segurança que terás de mim é que amanha partirei. Pergunta se eu voltarei? Quem sabe depois desses 364 dias e mais umas 6 horas. O destino é incerto. Marque e desencontre. Não chores querido, partirei. A cada cidade que passo, se deixo um coração partido, dela um pedaço levarei. Não pense, sinta. Deixe este amor te corromper e quando não tiveres tripa para ser diluída, esqueça. Eu sempre levarei uma parte de cada, formando a minha história. E estes detalhes vão, lentamente, me fugindo a memória.
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