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Mundo lúdico


“São asas”, pensou.
Naquela tarde o infortúnio aconteceu. Como aquelas mãos pareciam maternas, como tudo era de trazer medo e desejo. A falta de ar perdurou, e ao cair da noite, ela tinha outro significado. Não dia de fogueira, mas fogo tinha por todo lado. Aumentou, cresceu, sentiu. Até causar o incêndio dentro de ti, e esperar um tempo para tudo aquilo se consumar, mostrar que poderia continuar. Conversar não era seu forte, não tinha um rumo, nem sul e muito menos norte. Palavras massageavam o peito quente e com um nó no coração, que desatava a cada dia. E num quarto o amor nasceu. Estava solto. As suas mãos percorrendo o corpo, a descobrir. No beijo revelou o que queria, e que nada que existisse poderia lhe interessar. Curou suas feridas, aquelas trazidas desde muito tempo atrás. Seu mundo lúdico envolvente, como de uma criança, não carente, mexeu com sua vida assim do nada. Escondido nos lençóis, o guardou como um bebê em uma incubadora. Realmente eram asas, ou melhor, era o anjo que vinha e o protegia, o único que em sua vida faltava. 

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