Ele chega me apertando
Faz de mim prisioneira voluntária
Do seu toque aveludado
Eu olho pro lado e já o sinto incomodar
Ele pensa que eu suporto
Nem percebe que eu me entorto
Para caber mais dentro dele
Minhas posições profanas
Meus anseios de mundana
Em nome da sagrada silhueta
Que ele tanto admira
- Não fira, meu senhor, não fira!
Não machuque a sua serva
Essa reserva de feminilidade
Que ainda na flor da idade
Se entregou ao seu poder
Eu prometo que não vou ceder
Que vou me esforçar para estar
Sempre dentro dos seus domínios
É o mínimo que posso fazer
Por aquele que me viu nascer
Mulher transgressora, geradora de filho
- Basta você me tocar pr’eu sentir arrepio
Eu me lanço no mar
Eu pulo no vazio
Eu aprendo a dançar
E a saia rodopio
Só não vou descuidar
De você, meu desvario...
Para sempre a sua escrava
Meu grande amor – o Espartilho!
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